Wednesday, September 29, 2004

Muito trabalho em torno do partido.

Apresentação da candidatura de José Sócrates em São João da Madeira



Depois da clara vitória de José Sócrates nas eleições para secretário-geral, gostava de recordar a discussão publica da Moção Global de Estratégia em São João da Madeira.

Sunday, September 26, 2004

José Sócrates: mudança política no país começou esta noite



A primeira declaração política de José Sócrates como novo secretário-geral do Partido Socialista ficou marcada pela vontade de fazer do partido uma alternativa governativa. Sócrates desafiou os militantes do PS e considera que a noite de hoje marca o início da “mudança política de Portugal”.

José Sócrates quis deixar uma mensagem a todos quantos estão “desiludidos e que ambicionam mais para o país”. “O PS está pronto para fazer o que esperam que faça: liderar a mudança política em Portugal”, algo que, disse, “já começou esta noite”.

Para esta missão, o líder desafiou Manuel Alegre e João Soares a “travar as batalhas políticas necessárias”, no âmbito de um partido com unidade.

Sem avançar qual será o caminho a seguir no novo ciclo político, Sócrates prometeu tudo fazer para “estar à altura da confiança” que lhe foi depositada e “firmar o partido para que, quando chegar o momento, este possa substituir o Governo”.

O novo secretário-geral socialista salientou a “votação verdadeiramente histórica”, um sinal “claro de um partido vivo, bem ciente da sua responsabilidade e com vontade de se afirmar ao serviço dos portugueses”.

José Sócrates deixou ainda uma palavra de reconhecimento a Ferro Rodrigues, anterior secretário-geral do PS.

Na sua primeira declaração política no novo cargo, José Sócrates não respondeu a quaisquer perguntas dos jornalistas.

Sócrates obteve 78,6 por cento dos votos. Em segundo lugar ficou Manuel Alegre, com 16,6 por cento, e por último João Soares, com 3,9 por cento.

Publico

Tuesday, September 14, 2004

Sunday, September 12, 2004

Regresso de Férias...



Depois de um longo período de descanso dou continuidade à minha crónica semanal e vou aproveitar a oportunidade que me foi concedida para exprimir a minha opinião relativamente a três temas que agitam, neste momento, a sociedade.

Interrupção Voluntária da Gravidez

Em primeiro lugar gostava de comentar a vinda de uma embarcação da organização holandesa “Women on Waves” ao nosso país, que a convite de outras organizações que lutam pelos direitos da mulher decidiu disponibilizar a possibilidade de mulheres do nosso país se deslocarem até águas territoriais holandesas para efectuarem uma interrupção voluntária da gravidez. Este barco percorreu vários países que tal como Portugal ainda não dão liberdade às mulheres para que abortem e as obriga a terem um filho, mesmo que estas não tenham meios para assegurarem qualidade de vida ao ser humano que dão à luz. O mais caricato é que o nosso país foi o único que proibiu a entrada da embarcação e colocou dois barcos de guerra a vigiá-la, como se os profissionais de saúde que aí viajassem fossem terroristas ou um outro perigo para a nação.
É escusado referir que este acto reflecte não só a falta de cultura democrática da direita minoritária que governa o nosso país, como também é uma prova evidente que o reaccionarismo impera em alguns sectores da sociedade, que baseados em crenças religiosas e teorias políticas sobre o “direito à vida”, condenam a entrada do barco em Portugal e mais importante do que isso o relançamento do tema da Interrupção Voluntária da Gravidez. O povo do nosso país, não pode permitir que os direitos das mulheres voltem a ser referendados, os direitos individuais têm que ser consagrados pela lei pois o aborto é uma opção livre e individual de cada casal. É inaceitável que o governo português não tenha tomado uma posição forte no caso do petroleiro “Prestige” e que agora o Dr. Paulo Portas envie fragatas para vigiar activistas dos direitos humanos e profissionais do sector da saúde.

Kerry presidente!

Aproximam-se as eleições nos Estados Unidos da América e a sociedade civil americana encontra-se completamente dividida, de um lado os apoiantes de George W. Bush que, numa crença sebastianista, continuam a defender a intervenção militar no Iraque mesmo depois de se ter descoberto que não haviam armas químicas e biológicas, a ignorar as palhaçadas proferidas pelo Sr. Presidente e a ignorar a crise económica e financeira que abala o país. Do outro lado encontram-se os apoiantes de John Kerry, que vêm nele uma possibilidade de mudança das políticas neo-liberais e de cariz Imperialista levadas acabo pelo “clã Bush”.
Para que não restem duvidas sobre o trabalho prestado por George W. Bush ao seu país, basta referir que o “Mr. President” aumentou 9,4% as despesas militares e de segurança interna, em detrimento dos programas sociais que viram os seus fundos reduzidos, sendo que reduziu 3,2% o investimento na educação e 7,2% na protecção ambiental, por exemplo. A juntar a isto podemos referir que pelo terceiro ano consecutivo o número de americanos a viver abaixo do limiar da pobreza aumentou em 1,3 milhões e que actualmente estima-se que 12,5% da população americana viva na pobreza.
Kerry será um novo folgo para o recuo das políticas neo-liberais, para implantação de novas políticas sociais e económicas e para uma melhor prestação no campo da diplomacia. Força John Kerry!


Porque apoio José Sócrates

O nosso país vive actualmente uma situação política bastante complicada, pois temos um primeiro-ministro que governa sem legitimidade democrática para tal, um Presidente da República desprestigiado perante a população, uma crise económica que não tem retoma à vista e um governo que se mostra desorientado em todos os sectores. Bastava ouvir o discurso de tomada de posse do Dr. Santana Lopes para perceber que este se encontrava completamente aos papéis e observar as trocas nas secretarias de estado em plena tomada de posse dos secretários de estado para tomarmos ideia da desorganização que reina nos nossos governantes.
Perante tal cenário o Partido Socialista tem, obrigatoriamente, de assumir uma postura de combate à política da direita extremista e minoritária que em coligação com os ditos sociais-democratas governa este pequeno jardim à beira-mar plantado. A esquerda contemporânea tem que dar respostas de governação credíveis para evitar que o nosso país se continue a afundar num role de políticas erradas e prejudiciais.
Todos os que acusam José Sócrates de desvios centristas, devem rever as suas posições e reflectir sobre o percurso político do mesmo enquanto responsável pelos direitos do consumidor e ministro do ambiente. Para além disso, devem ter em mente que o projecto “Esquerda Moderna” é um projecto de governação à esquerda que engloba medidas positivas para o país, tendo sido exemplarmente redigido por um dos jovens mais intreventivos do partido (Sérgio Sousa Pinto).
É de salutar a importância, para a democracia partidária, da existência de vários candidatos e pontos de vista diferentes sobre a sociedade, dentro do próprio partido. O que não acho admissível é que colem o rótulo de “centrista” a um militante do PS só por este apoiar José Sócrates, eu apoio convictamente o que para mim será o melhor secretário-geral do partido e não admito que ninguém detenha monopólios da esquerda.



João Gomes
Jornal O'Regional

A política autárquica em São João da Madeira



Na semana passada li, neste mesmo jornal, um artigo do Sr. João Borges que demonstrava o sentimento geral da população, da nossa cidade, relativamente aos três anos do executivo de Castro Almeida. Os habitantes de São João da Madeira, nas últimas autárquicas, foram invadidos por uma campanha populista, agressiva e milionária por parte do PSD, que lançou um candidato de Escapães, encheu a cidade de cartazes e transpareceu aos eleitores a ideia de que seria o melhor presidente da câmara para São João da Madeira, anunciando que este traria uma maior dinâmica à cidade.

Qual será o sanjoanense que não se lembra dos cartazes colocados no rio a dizer que aí iria nascer uma praia fluvial? Ou os colocados na Praça Luís Ribeiro que anunciavam que iria ser feita uma casa da juventude em São João da Madeira? E os colocados em zonas menos centrais da cidade que diziam: “Aqui também é São João da Madeira”? Podemos também relembrar um panfleto da JSD que prometia a realização de uma feira do livro no concelho, a criação do cartão-jovem municipal, a reconstrução do cinema, a construção de uma “casa da música”, a criação da figura do “jovem criador sanjoanense” e a promessa de apoio aos “jovens empreendedores sanjoanenses”.

Podemos facilmente concluir que estas promessas não passaram disso mesmo e que reina um sentimento de desilusão na população da nossa cidade, que foi manifestamente traída por uma jogada de “marketing político” muito bem apadrinhada pelo poder económico. Sr. João Borges, partilho da sua tristeza ao observar a política autárquica de inaugurações de obras de fachada e arrepia-me constatar que temos um executivo camarário tão afastado dos cidadãos.

Por outro lado, discordo que toda a oposição de São João da Madeira seja “completamente amorfa e inactiva”. O Partido Socialista tem feito uma oposição combativa, construtiva e responsável, como mais nenhum partido. Em três anos de oposição o PS marcou a agenda política da cidade e soube construir um projecto e uma equipa que por si só são uma alternativa inovadora e credível de gestão autárquica. Gostava de lembrá-lo da visita de deputados do PS ao concelho para manifestarem e procurarem soluções para o desemprego e o agravamento das condições sociais e económicas em São João da madeira (Outubro de 2003), o apoio manifestado pelo partido ao Instituto de Línguas que viu a sua actividade posta em causa pela autarquia (também em Outubro de 2003), a denuncia da recusa de Castro Almeida em entregar a listagem do “pessoal político” contratado pela autarquia (Maio de 2003), o colóquio com Augusto Santos Silva e Filipe Neto Brandão sobre a “situação política actual” (Julho de 2003), a questão das áreas metropolitanas em que o PS defendeu sempre a integração da cidade em Aveiro (sendo que a cidade vai ficar 6 anos sem receber subsídios por Castro Almeida ter optado pelo Porto, juntando o facto de personalidades do PSD como Ribau Esteves e Marques Mendes defenderem Aveiro), o Dia do Jovem Socialista que só no torneio de futebol contou com a participação de quase 70 jovens do concelho (26 de Junho de 2004) e a excelente campanha desenvolvida pela concelhia nas eleições europeias, que acabou por ser expressa nos resultados eleitorais em que o PS obteve 52% da votação em São João da Madeira.

O Partido Socialista não sofre de nenhum sintoma de “inércia” nem está “encurralado” em nenhum “pequeno espaço” que ele próprio demarcou. Pelo contrário, encontra-se empenhado em construir uma candidatura autárquica combativa e dinâmica, que inove ao serviço dos cidadãos. Rejeitamos firmemente o populismo e a política das promessas falhadas, dos aspirantes a governantes que com gel na cabeça e bem apresentados percorrem as ruas da cidade (apenas em vésperas das eleições) para prometerem “mundos e fundos”. Sr. João Borges, se concorda com a nossa visão da política e acredita que é possível lançar uma candidatura séria à autarquia da nossa cidade, convido-o a si e a todos os sanjoansenses a juntarem-se ao Partido Socialista, para juntos elaborar-mos um projecto jovem e inovador para a São João da Madeira.


João Gomes
Jornal Labor

Thursday, September 02, 2004

Apelo a Santana Lopes para que "dê ordem para que o barco possa atracar em Portugal"

O secretário-geral da Juventude Socialista, Pedro Nuno Santos, anunciou hoje que esta estrutura partidária vai ceder um barco para transportar as mulheres portuguesas que queiram visitar o navio da associação holandesa Women on Waves. A JS apela "ao primeiro-ministro para que revele bom senso e tolerância e dê ordem para que o barco possa atracar em Portugal".

Durante uma conferência de imprensa realizada em alto mar, a poucos metros do navio holandês, Pedro Nuno Santos contestou a proibição do Governo português à entrada da embarcação da Women on Waves e prometeu apoiar as mulheres que queiram subir a bordo do barco.

Nos próximos dias, a JS vai "disponibilizar uma embarcação para que as mulheres que queiram visitar o barco possam fazê-lo", de modo a contrariar o "conservadorismo obscurantista que a direita quer autoritariamente impor ao país".

A viagem de hoje, que integrou elementos da JS e vários jornalistas, não teve êxito na tentativa de chegar ao barco holandês, devido à forte ondulação que se verificava.

Na conferência de imprensa, Pedro Nuno Santos criticou a "decisão intolerante e autoritária tomada pelo Governo português", que se baseia numa "fundamentação jurídica muito frágil" que "pretende dificultar o debate sobre a situação triste vivida pelas mulheres em Portugal". Recordando que a coligação PSD/CDS-PP já havia recusado uma proposta de um novo referendo sobre a matéria, o líder dos jovens socialistas considerou que "o Governo está a ter um comportamento irresponsável, insensível e intolerante".

A JS acusou ainda a JSD de se estar a deixar "arrastar pelo fanatismo do PP". "É inadmissível que as autoridades do nosso país impeçam o barco da Women on Waves de atracar na nossa costa, como se fosse uma qualquer embarcação que transporta resíduos tóxicos e perigosos e como se Portugal fosse um país isolado e fechado ao mundo".

O líder da JS exigiu que o "Governo português cumpra a legislação sobre educação sexual em meio escolar e que promova a instalação de máquinas com preservativos nas escolas", bem como a realização de um novo referendo sobre esta matéria.

Aquando da aproximação do barco português ao navio holandês, Pedro Nuno Santos revelou que o momento era "constrangedor, porque o país obriga o barco a estar tão longe da costa", como se nesse se encontrasse "um grupo de criminosos". Para o secretário-geral da JS, também a vigilância do navio holandês pela corveta "Batista de Andrade" é "incompreensível e exagerada".

Na breve troca de palavras com as activistas, o líder da JS pediu "desculpa por esta situação, que é uma vergonha para Portugal". Sobre novas acções da JS, Pedro Nuno Santos revelou que está a ser desencadeada uma estratégia de "pressão" junto de outras instituições da sociedade civil para que o "Governo recue na sua decisão".

"Parecemos um país de Terceiro Mundo, parecemos a Coreia do Norte", desabafou o responsável da Juventude Socialista, que pagou cerca de 1500 euros pela viagem de barco com uma comitiva de jornalistas portugueses.

Público