Saturday, August 28, 2004

Governo recusa entrada do "barco do aborto" em águas portuguesas



Esta notícia é o espelho da vergonha que inunda o nosso país! Só mostra que temos o governo de cariz mais fascista desde o 25 de Abril. Contra a hipocrisia organizada temos que responder com a solidariedade dos oprimidos! Aborto... o crime está na lei!

O Governo deu ontem orientações ao "Barco do Aborto" para que não entre em águas territoriais portuguesas, alegando motivos de "respeito pelas leis nacionais" e questões de "saúde pública".

O secretário de Estado para os Assuntos do Mar, Nuno Fernandes Thomaz, disse à Lusa que "as autoridades portuárias e de tráfego comunicaram hoje [ontem] em tempo útil ao barco, através do seu capitão, ao armador e ao cônsul da Holanda que este não deverá passar em mar territorial português".

O navio holandês, com clínica ginecológica a bordo, fornece a pílula abortiva em alto mar (águas internacionais) e deverá chegar a Portugal domingo, a convite de quatro associações portuguesas.

A mesma fonte disse que a orientação do Governo tem como objectivo fazer respeitar o quadro jurídico português, já que, para Nuno Fernandes Thomaz, sendo Portugal um país soberano, "nenhum grupo, seja em que circunstâncias for, pode desafiar a ordem jurídica portuguesa ou incitar a actos contra a lei" portuguesa.

"É uma questão de legalidade e não de moralidade. Aceitar que terceiros viessem violar a nossa lei tornaria para nós mais difícil exercer a autoridade com os portugueses", sublinhou.

O segundo motivo apresentado pelo secretário de Estado para os Assuntos do Mar prende-se com uma questão "de saúde pública", uma vez que no navio pretende-se utilizar medicamentos proibidos pelas autoridades portuguesas.

"Sendo a pílula [abortiva] proibida em Portugal, se tencionam administrá-la significa que a trazem [a bordo]", justificou Nuno Fernandes Thomaz, acrescentando: "Por esse motivo [o barco] deverá ficar em águas internacionais".

Por outro lado, para o Governo, o barco é uma unidade de saúde móvel não certificada pelas autoridades de Saúde portuguesas. Por esse motivo, acrescentou o secretário de Estado, o barco pode pôr em risco a vida das mulheres que a ele recorram, apesar de ter sido verificado pelas autoridades de Saúde holandesas.

"O barco vem exercer actividades de saúde que têm de ser devidamente regulamentadas [pelas autoridades portuguesas], senão poríamos em risco a saúde pública. Consideramos que a passagem do navio não é inofensiva", reforçou o secretário de estado dos Assuntos do Mar.

A iniciativa de trazer o barco é da organização holandesa "Women on Waves", que disse quarta-feira ter autorização para atracar em vários portos nacionais, apesar de não revelar quais. O Governo desmentiu. "Isso é falso. A única coisa que é verdade é que hoje [sexta- feira] a associação requereu autorização para atracar no porto da Figueira da Foz", disse.

O Instituto Portuário de Transportes Marítimos (IPTM) tutela vários portos nacionais, na dependência directa do Ministério da Defesa e do Mar, sendo responsável pela emissão de licenças de acostagem.

A delegação Norte do IPTM tutela portos entre Viana do castelo e Vila do Conde, o Centro engloba a Figueira da Foz, Nazaré e Peniche e a delegação Sul os portos de Portimão e Faro. Os restantes - Leixões, Aveiro, Lisboa, Setúbal e Sines - dispõem de administrações próprias, vinculadas ao Ministério das Obras Públicas.

Segundo o secretário de estado, noutros países (Irlanda e Polónia, onde o aborto é proibido) este "golpe publicitário" originou situações de conflito "muito complicadas".

"Portugal hoje faz prevalecer a sua lei em mar territorial português, enquanto este barco vai ficar em águas internacionais", reforçou. "Com isto o Estado dá como encerrado este episódio", concluiu.

A organização Women on Waves recordou ontem que a entrada do navio nunca foi negada em nenhum dos portos para onde se deslocou, nomeadamente quando navegou até à Irlanda e à Polónia.

"O navio obedece a todas as regulamentações internacionais e tem a sua documentação em ordem", defenderam ontem os responsáveis pela organização.

Thursday, August 26, 2004

Festival Geração JS - Açores



A estreia do festival promovido pela Juventude Socialista foi excelente. No primeiro dia a banda vencedora do concurso "A tua banda" Hempty Logic abriu de forma efusiva para os Volcanic e Moonspell, mas no segundo dia é que o verdadeiro espectaculo chegou com uma espetacular performance por parte de Gabriel o pensador, depois de terem tocado os Stream e os Fingertips. Uma nota também para o trabalho dos Dj's Rob di Stefano e Marc Hughes que mantiveram a festa acesa pela noite dentro.




Versao final da Moção Global de Estratégia



Versão
integral da Moção Global de Estratégia "Esquerda Moderna"


Tuesday, August 24, 2004

Sunday, August 22, 2004

Quem escuta as populações?



Esta sondagem, presente no site www.oregional.pt, aos cidadãos de São João da Madeira, mostra claramente que a maioria da população preferia fazer parte da Área Metropolitana de Aveiro e que o executivo camarário agiu claramente contra a vontade dos cidadãos da nossa cidade. Espero que para o próximo ano todos os sanjoanenses mostrem um cartão vermelho à actual administração autárquica!

Um facto, também, bastante revelador da péssima opção tomada pelo executivo de Castro Almeida é o facto de São João da Madeira ficar arredado durante 6 anos de subsídios por decidir integrar a Área Metropolitana do Porto.

Saudações !

Jovens Socialistas Mantém-se Neutrais para Preservarem Autonomia em Relação ao PS



O Pedro Nuno está a ter uma posição bastante correcta sobre este assunto. É urgente que se debatam ideias e propostas concretas para a juventude e para o nosso país e não nomes. Esta é uma verdadeira JS que inquieta!

A Juventude Socialista (JS) não apoia oficialmente nenhum dos três candidatos ao cargo de secretário-geral do PS, preservando uma posição de neutralidade até ao final do próximo congresso dos socialistas, no início de Outubro.

O recém-eleito líder da JS, Pedro Nuno Santos, garante em declarações ao PÚBLICO que a JS "não vai envolver-se" na campanha para a eleição do próximo secretário-geral do PS, remetendo-se apenas a uma tarefa de "contribuição para o debate político" e de apresentação de "propostas concretas". A JS está neste momento a redigir um documento com diversas reivindicações que pretende apresentar às três candidaturas no início do mês de Setembro.

De acordo com Pedro Nuno Santos, a JS é uma "organização autónoma" do PS e "assim deve continuar". Ao não tomar uma posição de apoio a qualquer um dos candidatos, a JS pretende "preservar essa autonomia", assim como "as boas relações" com o futuro secretário-geral do partido.

"Achamos que não nos devemos envolver, tal como não queremos que o PS se envolva nas questões internas da JS", sublinha o secretário-geral da JS, acrescentando que é dessa forma que a JS "encara a sua autonomia" relativamente ao PS. Na sua opinião, o apoio formal a qualquer um dos candidatos poderia vir a suscitar divisões internas na JS, uma vez que "não existe unanimidade" quanto ao melhor candidato.

Instado a declarar se apoia a um título pessoal algum dos candidatos, Pedro Nuno Santos confessa que nutre preferência por um candidato, mas prefere não o revelar pois "é muito difícil não confundir a minha posição pessoal com a posição da própria JS".

Pedro Nuno Santos realça que a questão da neutralidade "foi debatida" no último congresso da JS, realizado na cidade de Guimarães em Julho passado, onde foi eleito como o novo líder da estrutura, sucedendo no cargo a Jamila Madeira. "Acho que era consensual" a posição neutral, afirma.

O candidato a secretário-geral da JS derrotado no referido congresso de Guimarães, Luís Filipe Pereira, encara a posição de Pedro Nuno Santos com "normalidade". Sublinha, no entanto, que teria sido "interessante" que os candidatos do PS tivessem sido chamados a uma Comissão Nacional da JS para serem ouvidos sobre as posições de cada um, não só relativamente à JS mas também acerca do que "cada um deles pensa para o país, para a Europa e para o mundo". Luís Filipe Pereira entende que isso "não prejudicaria a autonomia da JS".

Em 1992, o então secretário-geral da JS, António José Seguro, apoiou a título pessoal a candidatura de António Guterres a secretário-geral do PS, numa disputa com Jorge Sampaio pela liderança do partido. António José Seguro, actual líder parlamentar dos socialistas, explicou ao PÚBLICO que na altura se reuniram os órgãos da JS para decidir se os seus membros se deveriam manter "neutrais" ou "participar activamente" na eleição do novo líder do PS. "Estávamos todos nessa última lógica", afirma Seguro, considerando que essa posição "não enfraqueceu" a JS.

A maioria das estruturas distritais da JS subscrevem, contudo, a posição neutral defendida pelo secretário-geral. Não obstante, pelo menos as distritais da JS de Coimbra, Açores e Castelo Branco agendaram a realização de comissões políticas para as próximas semanas, das quais poderão resultar declarações de apoio a um dos candidatos.

Gustavo Sampaio e Catarina Pereira
PUBLICO

Saturday, August 21, 2004

Porque apoio José Sócrates



Subscrevo por inteiro as palavras de António Costa e declaro o meu apoio a José Socrates na sua luta por uma Esquerda Moderna ao serviço dos cidadãos e da democracia.

Devemos evitar neste novo ciclo repetir as lutas fratricidas que dilaceraram o partido em anos anteriores. Devemos, por isso, com espírito de unidade e humildade, procurar identificar aquele que está nas melhores condições de unir o partido e contribuir para a sua afirmação na sociedade. O José Sócrates é quem está nas melhores condições para o fazer. E está por mérito próprio.

Não só por ser um bom comunicador, o que, entendamo-nos, é uma qualidade essencial numa sociedade democrática em que se pretende uma cidadania activa. Sobretudo, pela capacidade que revelou na formulação de políticas e pela determinação com que as implementou, enfrentando com coragem interesses económicos, no ambiente ou na defesa do consumidor, tabus, na descriminalização do consumo, ou pressões populistas, na co-incineração.

Também na oposição, nos momentos muito difíceis que tivemos de enfrentar nestes últimos dois anos, revelou sempre combatividade e espírito solidário. No Parlamento, na televisão, em todas as frentes do combate político.

Estive com o José Sócrates estes dois anos na primeira linha de um combate político duríssimo que travámos sob a liderança de Eduardo Ferro Rodrigues. Continuarei a seu lado neste novo ciclo do mesmo combate.

António Costa

Wednesday, August 18, 2004

Um combate de futuro



Expresso - 14/08/2004

Um combate de futuro
Mário Soares


É SALUTAR, no interior de um partido responsável, que se discutam, em público, as ideias orientadoras do seu activismo e as estratégias a seguir - para a resolução dos graves problemas do país - quando se pretende que os militantes elejam, em consciência, o líder do partido.

É salutar: porque é mobilizador do militantismo; e porque abre o partido à sociedade. O debate - e quanto mais amplo for, melhor - uma vez publicitado, desperta a curiosidade e atrai novos quadros, activistas, simpatizantes e competências.

Sempre que num partido se discutem, seriamente, os problemas e se redefine um «novo rumo» de acção - esse partido dá um salto em frente, fica mais forte, descobre um novo dinamismo. Pelo contrário: o unanimismo, o «politicamente correcto» e o silêncio, são factores de atrofia partidária, de predomínio dos aparelhos e, finalmente, de fraqueza.
Por isso, considero feliz que se tenha aberto uma janela de discussão política séria no PS - e nos meios políticos e mediáticos interessados - a propósito da eleição do secretário-geral que agora compete, como se sabe, aos militantes de base, por voto directo e secreto. Qualquer que seja o resultado da eleição, o PS - e os seus eleitores - sairão mais esclarecidos e reforçados.

Um tal debate é tanto mais de louvar, quanto desde há uns anos - não só em Portugal, de resto - os partidos da Esquerda e da Direita, têm vindo, gradualmente, a perder militantismo e a substituir a discussão das ideias pela dos interesses, das «carreiras», da imagem e do «fulanismo», a todos os níveis partidários. Os partidos têm vindo a deixar de congregar os seus militantes, em função das ideologias e dos projectos político-sociais-económico-culturais que defendem para a transformação dos respectivos países - e o bem-estar geral dos cidadãos - para se tornarem uma espécie particular de empresas clubísticas, com os seus adeptos, os seus rituais, o seu «marketing», os seus «slogans» e os seus funcionários. Tornam-se, assim, demasiado parecidos, criando entre si, da Direita à Esquerda, um espaço pantanoso que tem a ver com interesses egoístas que lhes são comuns ou, pelo menos, criam cumplicidades. Suscitando, do mesmo passo, um certo desinteresse pelos partidos, pela política e pelos políticos...

A vaga do neoliberalismo

Ora, o pensamento e as ideias precedem - ou devem preceder - sempre a acção. Por isso, Antero de Quental (que aliás foi, com José Fontana, um dos fundadores do Partido Socialista, em 1875) perguntava, quando do encerramento forçado das Conferências do Casino, numa célebre carta dirigida ao duque d’Ávila e Bolama, então presidente do Governo: «Mas, Ilustríssimo Senhor, será possível viver sem ideias?» Pergunta pertinente, que continua a interpelar-nos.

É certo que o colapso do comunismo, a globalização das economias, bem como as novas tecnologias da informação, deram origem, em condições históricas determinadas, à vaga avassaladora do neoliberalismo. Mas não foi o fim da História, como chegou a profetizar Francis Fukiama.

Essa vaga, além de outras consequências, mais ou menos negativas, provocou, em muitos partidos europeus da Internacional Socialista, um fenómeno mimético a que Donald Sassoon chamou «o neo-revisionismo» - ou seja: o endeusamento do mercado, a desistência da crítica do capitalismo, sobretudo, nesta fase perversa, financeiro-especulativa e a adopção da ideia de que o socialismo representa tão-só a coexistência do capitalismo com a justiça social. A transformação da sociedade, para melhor, e a igualdade de oportunidades, para todos, foram temáticas que desapareceram do ideário socialista...

Nos últimos lustros do século passado - e nestes primeiros anos do séc. XXI - o socialismo europeu perdeu muito do seu poder de atracção e da sua acutilância. Em 15 países da União Europeia, estiveram no poder 11 partidos socialistas e nem por isso o socialismo avançou. Foi uma ocasião perdida! Adoptando ou não a chamada 3ª via, de Tony Blair, hoje em total descrédito, o socialismo europeu partilhou a tese da competitividade obtida à custa da flexibilidade no trabalho (leia-se, desemprego), desistiu completamente da planificação económica e do pleno emprego, assistiu, impávido, ao desmantelamento do Estado, promoveu a privatização de sectores económicos estratégicos fundamentais e a sistemática delapidação do património público, aceitou que se desprestigiasse a noção do serviço público e recuou na defesa do modelo social europeu, com grande prejuízo para a população mais carecida. Os direitos e garantias dos trabalhadores, consagrados por mais de um século de lutas sociais, também começaram a ser fortemente cerceados.

Mas a história, às vezes, escreve direito por linhas tortas. Os resultados da vaga neoliberal estão hoje à vista. São devastadores para o mundo. Além de guerras unilaterais - como a do Iraque - provocadas por grandes interesses inconfessáveis (o petróleo e o gás natural, hoje; amanhã, a água potável), o aumento da pobreza no mundo, o fosso cada vez mais intolerável entre pobres e ricos, a desordem ecológica, de gravíssimas consequências, a proliferação de pandemias anteriormente erradicadas - como a tuberculose - ou a incapacidade de deter a progressão da sida, a criminalidade internacional organizada e impune - o certo é que o capitalismo, com a vaga neoliberal, entrou numa deriva extremamente perigosa, sem regras nem princípios éticos, dando lugar a uma enorme crise de civilização.

John Maynard Keynes (1883-1946), inspirador das políticas intervencionistas que deram origem, na Europa Ocidental, a trinta anos «magníficos» de progresso e contínuo bem-estar social, voltou a ser lembrado e reconhecido. Alguns economistas - e dos mais reputados - falam mesmo de neokeynesianismo como um horizonte provável do futuro.

A reacção ao neoliberalismo - e às suas injustiças - começou a fazer-se sentir. O fenómeno novo da cidadania global - expresso pelos altero-mundialistas em grandes manifestações, que ocorrem por toda a parte - veio proclamar que «um outro mundo é possível», mais justo, mais solidário e melhor. Uma nova utopia? Talvez. E porque não? Há que reconhecer, que as utopias - apesar dos crimes praticados em seu nome e dos impasses trágicos a que, algumas vezes, conduziram, como o comunismo - fizeram avançar o mundo. Às vezes, indirectamente, é certo. Mas como dizia António Gedeão: «é o sonho que comanda a vida».

Também não deixa de ser uma ironia da História, bastante paradoxal - e motivo de reflexão - que quinze anos após o colapso do comunismo, seja uma potência dita comunista, a China, apesar das suas terríveis contradições internas, que está, no plano económico, a crescer espectacularmente e em condições de vir a pôr de joelhos a hiperpotência económica mundial, os Estados Unidos, não obstante ainda, para muitos países subdesenvolvidos, globalização e americanização serem uma e a mesma coisa...

O mundo é muito vasto, imprevisível, complexo. É o que o torna, de resto, apaixonante. Não deve ser visto unilateralmente. Além da China, a Índia, a Rússia, a África do Sul, o Mundo Árabe, o Brasil e a Ibero-América, têm, nos próximos anos, uma palavra importante a dizer, como, obviamente, no mundo desenvolvido, o Japão e a União Europeia (infelizmente, hoje, tão omissa).

A economia não é tudo

O impasse da Organização Mundial de Comércio, em Cancun, não foi inútil. Em Genebra, há semanas, deu-se um pequeno passo, porém com algum significado. As pessoas começam a compreender que a mão invisível do mercado não faz milagres e, entregue a si própria, gera tremendas injustiças. Tem, por isso, de obedecer a regras éticas e políticas, sem o que caminha para um manifesto desastre. Por outro lado, a economia - sem mais - não é tudo. Longe disso. A vontade das populações - as suas legítimas reivindicações - devem ser ouvidas, a menos que queiramos deixar de viver em «sociedades abertas», com ensinava Karl Popper. E em permanente - e cada vez mais grave - conflitualidade.

Portugal, neste contexto, passou, nos últimos anos, de «um bom aluno europeu» - com excelentes perspectivas - para um país mergulhado numa crise complexa e de que se não vê saída fácil. Tornou-se um país opaco, inseguro, triste. Nos últimos dois anos, em que a Coligação de Direita esteve no poder, a crise financeira, herdada do segundo guterrismo (depois da saída de Sousa Franco), transformou-se numa crise económica, social, política, cultural, até psicológica. Uma crise geral de confiança. A conflitualidade alastrou, na proporção do aumento do desemprego e na medida em que a Ciência e a Inovação não dispõem de verbas necessárias e os horizontes se fecharam, sobretudo para a juventude. Trata-se, porventura, da pior crise que Portugal viveu desde o 25 de Abril.

A circunstância do PS, como principal partido da Oposição, abrir uma ampla discussão quanto ao seu posicionamento estratégico - e às suas eventuais alianças à Esquerda - de modo a estabelecer uma alternativa de poder à Coligação de Direita, que seja credível e sustentada, é em si mesmo, um sinal positivo e encorajante. Significa que, num mundo em que tudo está a mudar, aceleradamente, o PS - ou pelo menos algum PS - está a compreender os sinais do tempo novo que aí vem, necessariamente, e a lutar por uma nova arrancada para Portugal, de paz, de progresso, de justiça social, de bem-estar e de solidariedade.

Rejeitando as areias movediças do Centrão e reposicionando-se na Esquerda dialogante e plural, que represente o futuro.

É, por isso, que as candidaturas a secretário-geral do PS, que se situam à Esquerda, quaisquer que sejam os resultados que obtenham, representam um combate de futuro, que importa continuar. O único, de resto, que vale a pena travar.

Expresso - 14/08/2004




Tuesday, August 17, 2004

A crise dos partidos e a emergência de uma outra política



O texto que tomei a liberdade de publicar é uma moção aprovada no ultimo congresso distrital do Partido Socialista de Aveiro e deve servir para todos os socialistas abrirem os olhos, num altura crucial como a que estamos a viver no PS.

A ideologia neoliberal rege o pensamento e a prática dos povos na chamada civilização ocidental contemporânea. Os partidos, da direita à esquerda, e sobretudo os partidos de poder transformaram a política na mais dura expressão dessa mesma ideologia, bloqueando a capacidade de construir novas respostas, adequadas à complexidade e aos graves problemas da profunda crise civilizacional da actualidade. A auto-crítica e a ousadia em encetar novos caminhos do “fazer política” é um passo urgente. Os partidos têm de assumir as suas responsabilidades históricas. Têm de reactualizar a democracia. Se o não fizerem, a descrença e o descrédito acentuar-se-ão a um nível letal e sem retorno. Será inviabilizada a afirmação de ideais que ajudem a Humanidade a superar os múltiplos becos sem saída a que este modelo de sociedade industrializada e neoliberal a está a conduzir.

Os partidos do socialismo democrático têm contribuído para o avolumar da massa politicamente indiferenciada dos agentes da ideologia dominante. Têm servido a lógica do totalitarismo de mercado, em quase todos os campos da acção humana. Têm-se descaracterizado ao colocar os seus referenciais do socialismo utópico e do marxismo na prateleira poeirenta do esquecimento e da inutilidade dos velhos ícones identitários. Não os reproblematizam, não os reintegram na edificação de uma nova e actual grelha interpretativa da realidade, que lhes permita edificar uma alternativa da esquerda, não só viável mas, sobretudo galvanizadora de vontades, transformadoras do mundo decadente e frustrante em que todos vivemos. É tempo de cumprirmos esse desígnio histórico da nova esquerda e do novo Partido Socialista!

Imbuídos de um pragmatismo imediatista e de um feroz individualismo egocêntrico, demasiados políticos têm prostituído a política aos poderes económicos, financeiros e mediáticos, numa crescente promiscuidade com os seus próprios interesses pessoais, tantas vezes travestidos de um aparente e ilusório interesse público. O resultado está à vista: uma sociedade mais injusta, cinzenta, castrante, confusa, onde o humano se esbate, o oportunismo campeia e os valores se diluem; uma sociedade em que uma globalização avassaladora vai nivelando por baixo a cultura, o sentimento da dignidade e da liberdade humana; uma sociedade em que os movimentos de resistência e de contestação passam cada vez mais ao lado do terreno da intervenção partidária.

Estamos a construir um partido de personalidades e não de militantes. De notáveis que se servem das comunidades, que neles acreditam e os notabilizam, obtendo em troca a indiferença, o desprezo e a esterilidade de ideias e de projectos que resolvam os principais problemas de requalificação da vida dessas mesmas comunidades.

Negoceia-se a partilha dos mais diversos poderes, estabelecem-se alianças de conveniência, de que resulta uma coesão baseada na constelação circunstancial de pequenos ou grandes apetites individuais. Instrumentalizam-se as pessoas e os procedimentos, à margem de qualquer projecto colectivo, alicerçado em ideais etico-políticos, estruturantes de um modelo de sociedade que se pretenda construir. Substituem-se a participação, o espírito de equipa, a dinâmica de grupo, a partilha de funções e responsabilidades, pela táctica do predador num universo regido pela lei do mais forte.

A criatividade, a ousadia, a irreverência e a dialéctica, são substituídas pela mediocridade, o seguidismo, a imitação, a hipocrisia e a retórica. A eficácia na consecução de quaisquer objectivos vale por si mesma, independentemente da avaliação criteriosa e colectiva desses mesmos objectivos, em função de princípios e valores que consubstanciem uma nova Utopia da esquerda.

O Partido Socialista, em Aveiro, tem agora uma liderança de projecto, que pretende combater este deslizar pantanoso para o grau zero da política. O Partido Socialista tem de imergir na sociedade real para, no terreno em que a história acontece, equacionar os caminhos do futuro. Tem de se assumir como organização mobilizadora de todos os homens e mulheres que ainda aspiram a tomar nas suas mãos o poder de gerir o próprio destino comunitário. Os dirigentes partidários, que sairão deste congresso da inovação, terão a oportunidade única e o desafio da reaprendizagem da nova política. Terão de pôr em marcha um processo generalizado de conscientização do estado da sociedade, nas várias frentes onde a crise avança pelo quotidiano das relações humanas, no confronto com as diversas condicionantes, económicas, culturais, ambientais, sociais e políticas. Terão de levar a imaginação ao poder. Uma imaginação livre e comprometida com a luta tenaz pela resolução dos reais problemas que minam o direito a uma vida mais saudável, justa e solidária. Terão de reinventar um Partido Socialista interventivo, exemplar, que arrisque na concretização prática de uma democracia plena, que se traduza numa efectiva equidade no exercício de direitos, deveres e oportunidades por toda a população. Uma democracia que não seja uma mera capa formal, a coberto da qual os privilegiados do sistema servem os poderes dominantes, servindo-se dos que lhes estão irremediavelmente subjugados.

Para que tal seja possível, a nova equipa terá de trabalhar mais na mobilização para o debate de ideias e projectos. Terá de cultivar uma atitude de desprendimento dos interesses e expectativas pessoais, reforçando o empenhamento com a sociedade, envolvendo-se com os que estão no terreno, articulando esforços para que o partido seja uma vanguarda crescente de militantes activos na construção de um ideal colectivo, onde o socialismo volte a fazer sentido, apontando com clareza e determinação qual a sociedade que queremos e como deveremos actuar para a edificarmos nos diferentes momentos e espaços da intervenção quotidiana.

O problema já não é distinguirmo-nos do PSD. O problema é distinguirmo-nos de nós próprios! O problema já não é como chegar novamente ao poder. O problema é como arranjar um futuro digno para este Distrito e para este País! O problema já não é a quem distribuir os cargos políticos. O problema é o que fazer com os cargos distribuídos! O problema já não é tomar a decisão politicamente correcta. O problema é que política fazer com a decisão tomada! O problema já não é como fazer política no PS, mas sim que PS fazer com a nova política de que Aveiro, Portugal e o Mundo precisam!
O estímulo deste imenso desafio deverá fortalecer a nova liderança na urgente campanha de mobilização da Federação de Aveiro do Partido Socialista, a caminho de uma outra política, para uma nova sociedade!

Aveiro, 06 de Abril de 2003.

Josias Gil, militante nº 8877.
Esmeralda Souto, militante nº 31585
Manuel Oliveira, militante nº46339

Monday, August 16, 2004

Desporto não é só futebol



Camaradas e amigos,

Depois dos excelentes resultados no ciclismo (onde obtivemos uma medalha de prata), o desporto português está novamente de parabéns com a vitória de Miguel Maia e João Brenha no volley, tudo a provar que ao contrário do que muitas mentes iluminadas por aí pensam, desporto não é só futebol (muito longe disso).

Saudações!

Ver
notícia em TSF.online

Sunday, August 15, 2004

É hoje que se decide o futuro da Venezuela.



O sonho de Simon Bolivar era uma América unida de norte a sul.
O mesmo homem que já nos inícios do séc. XIX avisava sobre os perigos do "grande irmão do norte" viu o seu sonho resgatado por Hugo Chávez, o actual presidente venezuelano.

Continuamente atacado pelas suas posições à esquerda e desafiadoras das elites pró-EUA (vende petróleo em condições vantajosas para vários países do Caribe incluindo Cuba, é contra a ALCA e tem tentado reforçar economicamente laços entre os países da "zona andina" - o que também põe em causa a ALCA), Hugo Chavéz foi alvo de um golpe de estado em Abril do ano passado (depois de ele próprio ter tentado o mesmo uns anos antes de ser presidente).
A pressão foi aumentando até a oposição ter conseguido as assinaturas necessárias à realização do referendo do próximo dia 15 de Agosto, o qual só poderia ser feito depois de alcançada a metade do mandato presidencial (5 anos na Venezuela).

A pergunta já está escolhida: "¿Está usted de acuerdo con dejar sin efecto el mandato popular otorgado mediante elecciones democráticas legítimas al ciudadano Hugo Rafael Chávez Frías como presidente de la República Bolivariana de Venezuela para el actual período presidencial?"
Obviamente, o "não" dará a continuidade ao presidente, e o "sim" obrigará a novas eleições.

(Texto retirado do blog: "Grão de Areia)

É hoje que se decide o futuro da Venezuela! Continuará a revolução bolivariana?

Pedro Nuno - Entrevista ao Expresso.



Camaradas,

Quando poderem por favor passem os olhos pelo "Expresso" desta semana. Vem o artigo com o nosso camarada Pedro Nuno.

Saudações Socialistas!

Ver entrevista ao jornal "O Regional".





Saturday, August 14, 2004

Palestina - poema de autoria própria.

“Do rio que tudo arrasta se diz que é violento.
Mas ninguém diz violentas
As margens que o comprimem.”
(Bertold Brechet)




Povo forte e corajoso

Almas oprimidas e revoltadas

Liberdade massacrada

Esperança fantasiada

Sionismo opressor

Trauma e dor

Inteligência reprimida

Na terra invadida

Além no oriente, para além da dor.




João Gomes

Quinta da Regaleira - Uma sugestão em tempo de férias



Um dos lugares mais simbólicos da Maçonaria em Portugal

Chama-se esotérico a um conhecimento oculto, seja doutrina ou técnica de expressão simbólica, reservado aos iniciados:. O esoterismo é, pois, o conjunto de práticas e de ensinamentos esotéricos, no contexto de uma tradição multifacetada que abrange diferentes épocas, lugares e culturas. A Alquimia, a Maçonaria e os Templários, por exemplo, incorporam teorias, rituais e procedimentos herméticos que se integram no âmbito do esoterismo:.

Na tipologia do misticismo judaico, firmado na procura de Deus e na experiência da divindade, o esoterismo baseia-se, fundamentalmente, na lei das correspondências, que visa encontrar, através do recurso à analogia, relações simbólicas entre o divino e o terreno, entre o transcendente e o imanente, entre o visível e o invisível, entre o homem e o universo:. A passagem de uma a outra dimensão opera-se em cerimónias de iniciação, por meio de encenações e rituais de carácter mágico, nos quais o neófito recebe o segredo da transmutação, aceita a filiação no grupo de companheiros e acede a um nível espiritual superior:.

A Franco-Maçonaria antiga, dita operativa, deriva das confrarias, das corporações, dos agrupamentos profissionais de pedreiros livres e dos construtores das catedrais medievais:. À defesa dos interesses profissionais, juntavam os franco-mações preocupações de carácter filantrópico, moral e religioso:. Os grupos maçónicos, organizados em sociedades secretas e reunindo em lojas, foram perdendo o carácter exclusivamente operativo e começaram a aceitar membros estranhos à profissão mas que perfilhavam os mesmos ideais iniciáticos:.

O declínio das confrarias origina, por filiação directa, o aparecimento em 1717, em Inglaterra, da Maçonaria moderna, dita especulativa, uma vez que já não existe ligação à prática do oficio de construção, tendo utensílios como o esquadro e o compasso adquirido um valor eminentemente simbólico:.

A Maçonaria provocou, praticamente desde o início, a oposição da Igreja Católica, embora muitos dos ensinamentos maçónicos, de inspiração cristã, preconizem a crença nas virtudes da caridade, na imortalidade da alma e na existência de um princípio espiritual superior denominado Grande Arquitecto do Universo:. Grande parte da simbologia maçónica, sobretudo a dos altos graus, inspira-se em correntes esotéricas tais como a alquimia, o templarismo e o rosacrucianismo, inscritas em diversos locais da Regaleira:.

Apesar da diversidade de percursos que a Quinta da Regaleira oferece, todos os caminhos podem conduzir a um aglomerado de pedras erguidas, com a aparência de um menir, num dos locais mais belos da mata:. E eis que uma curiosa porta de pedra roda impulsionada por um mecanismo oculto e nos faculta a entrada para outro mundo:. É o monumental poço iniciático, espécie de torre invertida que mergulha nas profundezas da terra:. A terra é o útero materno de onde provem a vida, mas também a sepultura para onde voltará:. Muitos ritos de iniciação aludem a aspectos do nascimento e morte ligados à terra:.

De quinze em quinze degraus se descem os nove patamares desta imensa galeria em espiral, sustentada por inúmeras colunas de apurado trabalho, que vão marcando o ritmo e o aprumo das escadarias:. Os nove patamares circulares do poço, por onde se desce ao abismo da terra ou se sobe em direcção ao céu, consoante a natureza do percurso iniciático escolhido, lembram os nove círculos do Inferno, as nove secções do Purgatório e os nove céus do Paraíso, que o génio de Dante consagrou na Divina Comédia:.

Os capitéis dos colunelos enrolam longas folhas de acanto:. E lá no fundo, a carga dramática acentua-se:. Gravada em embutidos de mármore, sobressai uma cruz templária, aliada a uma estrela de oito pontas, afinal o emblema heráldico de Carvalho Monteiro:. As galerias conduzem-nos, em autênticos labirintos, pelo mundo subterrâneo, aqui e além porventura povoado de morcegos:. De construção artificial, na sua maioria, estas galerias aproveitam, no entanto, as características geológicas da mancha granítica da Serra de Sintra:. No interior, a abóbada divide-se entre os maciços de rocha mãe, de um granito granular médio, geralmente de cor rosada ou parda, e zonas preenchidas com pedra importada da orla marítima da região de Peniche:. É esta pedra, desgastada pelo mar e pelo tempo, que vai contribuir, sobremaneira, para a sugestão de um mundo submerso:.

Ao chegarmos ao exterior, esperam-nos a luz e os cenários minuciosamente construídos:. São animais fantásticos, artifícios de água em cascata, passagens de pedra que parecem flutuar à superfície dos lagos, ou nuvens silenciosas de vapor que dissimulam as entradas para este universo singular:.

A simbólica alquímica parece estar presente em vários locais da Regaleira:. Desde logo, na Capela, na pintura da Coroação de Maria por Cristo, na qual a Virgem ostenta, para além das três cores da Obra alquímica - o azul ou negro, o branco, o vermelho ou rubro - uma faixa dourada que poderá simbolizar o Ouro Alquímico:.

Também num alto relevo existente nas traseiras da Capela, encontra-se representado um castelo com duas torres, separado por uma zona de labaredas, e uma goela infernal:. Trata-se de uma figuração da tri-unidade do mundo e do homem: o mundo superior ou espiritual, o mundo intermédio da alma e o mundo inferior ("ad infero" ou do inferno) material:. A torre rubra é o Atanor, ou forno alquímico:.

Nas cocheiras, sinais de Alquimia voltam a estar presentes, em duas esculturas que formam símbolos clássicos da Arte de Hermes: a serpente que morde a cauda, simbolizando a Unidade, origem e fim da Obra, e a luta entre as duas naturezas, aqui representada por dois dragões, cada um mordendo a cauda do outro. Igualmente susceptível de uma leitura alquímica é a gruta ogival, onde Leda, segurando uma pomba na mão, aparece numa escultura à beira de um pequeno lago, enquanto Zeus, disfarçado de cisne, a fecunda bicando-a na perna:. Trata-se de uma alegoria pagã ao mito, ou mistério, da Imaculada Conceição, ou concepção, que decorre num lugar escuro e húmido:.

A alquimia tem por objectivo a transmutação real ou simbólica dos metais em ouro e por fim último a salvação da alma:. As operações alquímicas são realizadas num Atanor, ou seja, num forno alquímico de combustão lenta, com um cadinho e um balão nos quais se pretende espiritualizar a matéria e materializar o espírito:. Este propósito essencial da Alquimia operativa, executada em laboratório, é a obtenção da Pedra Filosofal, simbiose entre matéria e espírito, da qual poderia resultar, segundo os alquimistas, além da transmutação dos metais em ouro, a realização de um dos desejos ancestrais da humanidade: o elixir da longa vida, capaz de proporcionar saúde e eterna juventude:. Neste sentido, há quem considere a procura alquímica como uma metáfora da condição humana:. A Alquimia assumiu, depois do século XVIII, um carácter manifestamente religioso, dedicando-se sobretudo ao estudo das relações espirituais e energéticas entre o homem (microcosmo) e o universo (macrocosmo):. A partir de um trabalho erudito de equivalências e analogias, aceita-se que o universo nos engloba e nos interpela num só movimento existencial - ele é ao mesmo tempo transcendência (Outro) e nós próprios:.

Parece evidente que a concepção religiosa do mundo que preside à Regaleira assenta no Cristianismo, mas num Cristianismo escatológico, que tem a ver com o fim dos tempos:. Quer recorramos à lição da escatologia cósmica, que prenuncia o fim do universo e da humanidade, quer nos atenhamos à escatologia individual, que assenta na crença da sobrevivência da alma depois da morte, é a mesma ideia obsessiva que encontramos:. É também um Cristianismo gnóstico, apoiado em discursos míticos e em conhecimentos sagrados que prometem a salvação dos fiéis e o retorno dos espíritos:. É, enfim, um Cristianismo imbuído de ideais neo-templários, associados ao Culto do Espírito Santo, que encontramos na tradição mítica portuguesa:.

Os templários foram monges-soldados, cuja ordem militar, fundada no período das Cruzadas em 1119, visava proteger os lugares santos da Palestina contra o perigo dos infiéis:. Os votos de pobreza e castidade não impediram os Cavaleiros da Milícia do Templo de enriquecer e de desempenhar um importante papel económico e político, tanto no Oriente como na Europa, a ponto de criarem poderosos inimigos, como o rei Filipe IV de França e o Papa Clemente V, que levaram à perseguição e à extinção da ordem em 1314, sob acusações, porventura falsas, de blasfémia e imoralidade:. Em 1317, D. Dinis de Portugal afectou os bens dos templários à Ordem de Cristo, que muitos aceitaram como sua sucessora:.

Desaparecidos os templários não desapareceu o templarismo, cujo espírito, resumido na defesa dos lugares sagrados e na luta contra o mal, renasceu em várias correntes e organizações iniciáticas como sendo a afirmação simbólica da sobrevivência da Ordem do Templo:. A cruz templária no fundo do poço iniciático, a cruz da Ordem de Cristo no pavimento da Capela, bem como todas as outras cruzes dispostas na Capela, testemunham a influência do templarismo no ideário sincrético de Carvalho Monteiro:.

Há ainda, na Regaleira, referências rosacrucianas, em alusão à corrente esotérica iniciada no séc. XVII, de tendência cristã, utilizando os símbolos conjuntos da rosa e da cruz:. O movimento Rosa-Cruz propunha reformas sociais e religiosas, exaltava a humildade, a justiça, a verdade e a castidade, apelando à cura de todas as doenças do corpo e da alma:. Tornou-se grau maçónico de várias Ordens e, ainda hoje, existem escolas esotéricas e sociedades secretas que pretendem assumir-se como reaparições do mito Rosa-Cruz:.

Fotos: Luis Figueiredo © 2004
Textos: website da Quinta da Regaleira (desactivado de momento)
Pode encontrar mais informações no website da C.M. de Sintra (clique AQUI)

Informação sobre as Visitas

Horário:

? Das 10h00 às 17h30 (aberto todos os dias e com a possibilidade de visitas guiadas às 10H30, 11H00, 12H30, 14H00, 14H30 e 16H00, 16H30 e 17H30)
? Visitas temáticas e especializadas mediante marcação prévia.
? Reservas de segunda a sexta-feira, entre as 10h00 e as 17h30
? Visitas não acompanhadas: entre as 10h00 e as 19h00

Marcações e Preços

? Entradas individuais para visita livre, 5 Euros
? Entradas individuais para visitas guiadas, 10 Euros, 15 Euros ou 20 Euros, consoante o nível de especialização da visita
? Bilhete família para visita livre, 15 Euros
? Bilhete família para visitas guiadas, 30 Euros, 45 Euros ou 75 Euros
? Crianças dos 8 aos 14 anos, 2,5 Euros em visita livre, 5 Euros, 7,5 Euros ou 12,5 Euros em visitas guiadas.
? Estudantes com mais de 15 anos, portadores de cartão jovem, e adultos com mais de 65 anos: visita livre 4 Euros, visita guiada 8 Euros, 12Euros ou 20 Euros.
? Pacote júnior (crianças até 10 anos no máximo de 25 pessoas): 100 Euros.
? Pacote escolar (dos 11 aos 18 anos, no máximo de 25 pessoas): 100 Euros.
? Pacote sénior (adultos com mais de 65 anos, no máximo de 25 pessoas): 100 Euros.
? Passaporte Regaleira: trimestral, 15 Euros; anual, 50 Euros.
? Entrada gratuita para crianças até aos 8 anos desde que acompanhadas por um adulto.

Tel.: 21 9106650 /9 - Fax: 21 9244725

Mais política meus senhores!



Camaradas,

Depois de 15 dias de umas merecidas férias volto um pouco entristecido com a campanha para SGPS, muito insulto e intriga que não são nada benéficos para o PS.

Vamos debater ideias camaradas!

Saudações Socialistas.

www.manuelalegre.org         
www.joaosoares.org         
www.josesocrates.com