Há muito que não retomava a minha actividade blogística, mas está na altura para o fazer e assim aproveito para fazer a vontade ao João Gomes de escrever mais um post.
Alguns políticos (basicamente da oposição ao actual governo) defendem que a construção do novo Aeroporto Internacional de Lisboa não seja realizada, segundo os mesmos, a bem das nossas contas públicas e para que não haja gastos desnecessários.
Ora, em primeiro lugar, a cidade de Lisboa tem o seu aeroporto com a capacidade muito próxima do limite. Em segundo, a existência de um aeroporto na Portela, localizado próximo de zonas habitacionais e num espaço que estrangula o desenvolvimento da própria cidade são pontos que devem ser convenientemente pensados, para não falar no ruído que é provocado pelo tráfego aéreo.
Por outro lado, a existência do Aeroporto da Ota permitirá o desenvolvimento de zonas como a região Oeste cujos problemas de cariz social e o desemprego têm vindo a alastrar. Nesta guerra entre aeroporto aqui ou acolá, devemos pensar nos custos directos e nos indirectos e ponderar quais as melhores opções. Devemos pensar no facto de agora podermos construí-lo com apoios comunitários e que no futuro teremos que ser apenas nós a suportar esse esforço financeiro.
Por tudo isso eu defendo o Aeroporto da Ota.
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4 comments:
Eu também defendo o Aeroporto da Ota. Ou melhor, eu defendo o que as centenas de comissões técnicas independentes, pagas com sei lá quantos milhões de euros, ao longo dos ultimos dez anos defendem.
Será que a hipocrisia demagógica, ou a demagogia hipócrita (como se a houvesse diferente...), são tão grandes que não deixam os nossos queridos políticos verem o óbvio? Será que é uma opção de matriz ideológico-política a opção entre se fazer um aeroporto que está provadíssimo ser essencial, pelo INEVITAVEL esgotamento da Portela, e que em 20 anos custará 10 vezes mais?
Ah..relembro que igual polémica gerou o Aeroporto da portela quando foi contruído. E, engraçado, pelas mesmas razões: era demasiado caro e demasiado longe da cidade. Irónico, não?
Todos estes argumentos que apresentas são bons. Mas há um senão que, infelizmente, altera tudo: o pico na produção do petróleo, que há-de ocorrer daqui a 5-15 anos. Isso vai mudar radicalmente o panorama dos transportes, até alternativas maciças e viáveis estiverem a ser utilizadas normalmente.
cumps
Tem sido de facto uma questão que divide as forças políticas. Mas não é só má vontade.
Necessidade de um novo aeroporto:
1. A questão dos custos petrolíferos é pertinente e poderá implicar uma redução a nível de tráfedo aéreo.
2.Eu não contesto um novo aeroporto, coloco em causa se precisamos de um novo aeroporto internacional.
Alguns dos estudos também defendem que a abertura do aeródromo de Alverca (por exemplo) às companhias low-costs aumentaria, em muito, a capacidade da Portela e, consequentemente, o seu prazo médio de vida.
3. Outro dado que muitos dão por adquirido é o encerramento da Portela. Não é tão líquido assim que mesmo com a Ota se encerre o aeroporto da Portela.
Quanto a localização:
3. Um ponto relevante é que a Ota é zona propícia a cheias, com terreno longe de ser o mais apto para construção da envergadura de um aeroporto. As obras necessárias para tornar o terreno em causa ideal para a instalação de um aeroporto terão um custo astronómico.
4. O terreno destinado ao aeroporto limita a capacidade de expansão do mesmo a duas pistas. Ainda que actualmente seja suficiente, e melhor que a actual situação, este facto leva a que o aeroporto da Ota atinga o seu grau máximo de rentabilidade em 2050. Valerá mesmo apena tanto investimento por 30 anos? Porque não considerar outra localização (nomeadamente a sul do Tejo)?
Faltou-me referir a incoerência de certos políticos, nomeadamente de Carmona Rodrigues, pessoa que me deu o gosto ouvir no Bombarral, dizer que o Aeroporto da Ota ia arrancar em 2009, isto quando este era Ministro das Obras Públicas, e que agora adjudica um estudo para comprovar que afinal a Portela até pode ter mais alguns anos de rentabilidade. Sim, senhor. Viva a Coerência!
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