Thursday, December 28, 2006

Literatura de Férias (2)

Mais do que um simples livro sobre a ligação da rainha no exílio D. Amélia com Oliveira Salazar, esta obra traça-nos o retrato histórico do movimento monárquico português desde do regicídio de 1908 até à Primavera Marcelista. Mais que isso, Fernando Amaro Monteiro prova ao país, com recurso a documentos pessoais de Salazar guardados na Torre do Tombo, que o movimento monárquico foi durante a II republica completamente dominado pelo presidente do conselho, à excepção de algumas figuras históricas como Paiva Couceiro e alguns defensores da linhagem legitimatária da Casa de Bragança (vulgos miguelistas).

Quanto à hipótese de Salazar querer seguir o exemplo espanhol e restaurar a monarquia, ficam muitas dúvidas no ar. É certo, isso sim, que existiram vários contactos de Salazar para com os vários ramos da Casa de Bragança, com vista a medir sensibilidades sobre o assunto. Gostaria apenas de saber se esses mesmos contactos serviam unicamente para apaziguar os monárquicos e seduzi-los para o regime, ou se o ditador teve mesmo a intenção de restaurar a monarquia e apenas o não fez para evitar problemas com republicanos como Craveiro Lopes.

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