Wednesday, January 04, 2006

Crónica de uma morte anunciada

Este poema tem uns anitos, mas hoje veio à conversa no bar da FDL e lembrei-me do partilhar, afinal faltam apenas 5 dias para fazerem 3 anos que morreu esta figura da esquerda portuguesa.

(sobre o falecimento de João Amaral 10/01/03)


“Herói é quem num muro branco inscreve
O fogo da palavra que o liberta;
Sangue do homem novo que diz povo
e morre devagar de morte certa.”
José Carlos Ary dos Santos


Foi já durante a noite
Que a notícia chegou,

A morte havia calado mais um
Camarada de sonho,

Calou-se hoje a voz
De quem pela consciência se regeu,

O destino tirou a vida
A quem a tudo resistiu,

Arrancaram hoje,
Mais uma pétala ao rubro cravo de abril,

Morreu o homem, mas não a obra
Foi-se um rosto, mas não a luta.

Nada mata o sonho!


João Gomes

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